Admin On terça-feira, 8 de março de 2011 3 Comments

Gênero: Aventura/Ação
Ano: 1995
Fabricante: Playmates
Após o grande sucesso e excelente recepção da crítica em relação a Earthworm Jim, uma sequência era inevitável. E ela acabou chegando cerca de um ano e meio após o game original, no fim do ano de 1995 para Mega Drive, saindo logo em seguida para SNES, e ao longo do ano de 1996 recebeu versões para Playstation, Saturn e PC.

Quando se trata de uma continuação, a primeira coisa que todos perguntam é se a qualidade do original será mantida, ou mesmo superada. No caso de Earthworm Jim 2, posso adiantar que, de maneira geral, o jogo mantém a qualidade do seu antecessor, mas não chega a superá-lo. Veremos mais a respeito ao longo da análise.
Um quesito em que EJ2 supera seu predecessor é o visual. Os gráficos estão mais bonitos, os cenários estão mais detalhados, e há fases realmente estonteantes, como por exemplo The Flying King e Puppy Love, que chegam até mesmo a ostentar efeitos em 3D. Mas a grande evolução aqui deu-se na animação, que é muito mais fluida e bela que no jogo anterior. A direção de arte também continua afiada nesse aspecto, a escolha das cores usadas é de muito bom gosto, e as temáticas são ainda mais surreais do que no primeiro. É bem verdade que o primeiro jogo já era belo, mas Earthworm Jim 2 dá um passo a frente em relação a ele, com gráficos mais polidos, sobretudo no quesito animação.

Em compensação, a parte sonora deu uma regredida. Embora os efeitos sonoros continuem muito bons, inusitados e hilariantes, e as falas de Jim mantenham o nível do primeiro, as músicas regrediram bastante. As trilhas abandonaram o apelo pop eletrizante do jogo anterior, e focam-se em estilos como tarantela, tango, ritmos latinos e música erudita. As únicas músicas que se destacam são as trilhas das fases Villi People e See Jim Run, Run Jim Run, não por acaso compostas por ninguém menos que Beethoven. As faixas originais não são tão inspiradas como no primeiro, nem de longe, e em alguns casos chegam mesmo a enjoar, caso do tango de Udderly Abducted, sem contar que algumas músicas se repetem em mais de uma fase. De qualquer forma, é uma boa trilha sonora, acima da média, apenas não tão boa quanto a memorável trilha do jogo anterior.
Na jogabilidade, algumas mudanças. Certas fases introduzem novos elementos específicos, por exemplo, na fase The Flying King o jogo praticamente se transforma num shooter em visão isométrica. Em Villi People, controlamos uma salamandra voadora (!), e somos punidos com perda de energia quando tocamos nas paredes. Em Lorenzen's Soil, Jim ganha uma arma capaz de criar passagens no solo, e deve explorar esse recurso para terminar a fase. Em Inflated Head, Jim flutua céu acima, e precisamos controlar sua velocidade e trajeto. Enfim, como no primeiro jogo, embora a espinha dorsal da jogabilidade seja a mesma de um jogo de ação/plataforma, Earthworm Jim 2 nem de longe se limita a correr/pular/atirar. Um acréscimo interessante é que agora Jim possui uma grande variedade de armas, a maioria delas não tem lá grande utilidade, é verdade, mas outras como a Tri-Gun e o lançador de casas (!) teleguiadas são bem interessantes. Outras duas boas inovações devem-se a Snott, uma gosma verde que agora acompanha Jim, vivendo em sua mochila: para cair mais devagar, basta segurar o botão de tiro durante o salto, ao invés de ter que repetidamente pressionar o botão de pulo, como no jogo anterior. Ao fazer isso, Snott transforma-se num para-quedas. E não existem mais os ganchos onde tinhamos que nos pendurar com o chicote, sendo subistituídos por camadas de gosma verde onde nos penduramos com Snott. Na prática, é quase a mesma coisa, mas se pendurar nesses ganchos com o chicote exigia uma precisão milimétrica, coisa que agora não é mais necessária.

Enfim, a jogabilidade continua como a de EJ1, só que melhor. Ou seja: perfeita.
Artisticamente, Earthworm Jim 2 leva o humor nonsense e absurdo de seu antecessor às últimas consequências. Ao jogar EJ2, temos a impressão que o 1 nem era tão absurdo assim. As situações, cenários, personagens, estão mais absurdos e hilariantes do que nunca. Para citar um exemplo: na fase Villi People, Jim se disfarça de salamandra voadora (!), atravessa o que parece ser o intestino de alguma criatura (!!), para no final da fase participar de um quiz no estilo Show do Milhão (!!!). Tudo isso embalado pelo primeiro movimento da Moonlight Sonata de Beethoven (a música do piano em Resident Evil 1, lembra?). E os absurdos não param, Earthworm Jim 2 é um jogos mais absurdos, engraçados e criativos de toda a história dos videogames. O mesmo dito para Earthworm Jim 1 se aplica aqui: é um jogo onde a direção de arte extremamente criativa faz toda a diferença, coisa que anda faltando na maioria dos jogos mais atuais.

Earthworm Jim 2 é bem mais fácil que seu antecessor. Quem tiver terminado o 1, certamente fechará esse jogo numa única jogada, sem grandes sobressaltos. Isso por um lado é bom, pois torna o jogo mais acessível e desencanado, focando na diversão pura e simples. Por outro lado, é uma pena, pois nenhuma fase de Earthworm Jim 2 é tão eletrizante quanto, por exemplo, For Pete's Sake do jogo anterior. Isso pesado e medido, é possível dizer que essa sequência é mais ou menos tão divertida quanto o jogo anterior. Se por um lado é menos eletrizante, por outro é um jogo mais tranquilo. Mas uma coisa é certa: é um game divertídissimo, obra prima mesmo.
É difícil decidir qual dos dois primeiros Earthworm Jim é melhor. Enquanto o primeiro é mais eletrizante e desafiador, e possui algumas das músicas mais soberbas da história dos videogams, a continuação é mais polida, tem a direção artística ainda mais absurda, e alguns podem dizer que ela é mais divertida, justamente por ser mais fácil e não exigir tanto do jogador. O que é fácil concluir, é que tratam-se de dois jogos fabulosos, praticamente no mesmo patamar de qualidade, verdadeiras pérolas. Jogabilidade precisa, gráficos soberbos, músicas excepcionais e muita, muita criatividade são os ingredientes destes dois clássicos. Games obrigatórios para qualquer um, simplesmente.

Créditos Review: Eduardo Furlan


Download: Clique Aqui!

Confira também: Earthworm Jim 1

3 comentários:

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