Admin On quarta-feira, 4 de abril de 2018 5 Comments

Gênero: Ação
Ano: 1996/2017
Fabricante: Nintendo
É difícil acreditar que um novo jogo de SNES foi lançado em pleno 2017, apesar de que eventualemnte ele serviu como um atrativo para a aquisição do SNES Mini.

O chip especial Super FX caiu no folclore de jogos como um exemplo perfeito da abordagem implacável da Nintendo no ramo dos videogames. Mas quando confrontado com a possibilidade de que pudesse ser comparado desfavoravelmente ao software no PlayStation e Sega Saturn, que são mais poderosos - ambos lançados no final de 1994, antes do lançamento do Star Fox 2 - a Nintendo simplesmente enlatou o jogo, mesmo depois de pronto.

Desde então, os fãs tiveram que se contentar com versões beta não masterizadas que, segundo o programador Dylan Cuthbert, não eram representativas do produto final. Star Fox 2 é um dos 21 títulos disponíveis no SNES Classic Edition (ou SNES Mini, se você preferir) e isso significa que depois de mais de 20 anos, finalmente estamos tendo a chance de fazer uma análise adequada do jogo oficial.

A partir do momento que você inicia, fica claro que Star Fox 2 não é uma continuação preguiçosa baseada em idéias recicladas. Enquanto o original de 1993 oferecia aos jogadores rotas distintas através do jogo e muitos segredos para descobrir, esta sequência abandona essa estrutura linear em favor de uma abordagem mais aberta, que exige inteligência tática e um objetivo constante. 
O objetivo é o mesmo, a destruição das forças de Andross, mas aqui você é apresentado com um mapa do sistema Lylat, que pode ser navegado livremente. No canto inferior esquerdo é Corneria, que deve ser defendido a todo custo. Se o medidor de danos atingir 100%, o jogo acaba.

O mapa é pontilhado com ameaças que acionam uma sequência de ação 3D quando o contato é feito. Planetas sob o controle de Andross são capazes de lançar mísseis em Corneria e estes também devem ser subjugados para manter sua pátria segura. Além de lidar com esses perigos, você precisará encontrar tempo para lutar contra a equipe de combate de crack de Andross, Star Wolf, bem como contra outros inimigos invasores.

Ao traçar seu caminho através do sistema Lylat, você notará que o tempo é pausado quando sua nave estiver parada; você pode planejar seu próximo movimento sem estar sob qualquer pressão. No entanto, no momento em que você seleciona seu destino, tudo se move em tempo real - mísseis atacarão em direção à Corneria e esquadrões inimigos estarão prontos para lançar outra legião de caças a qualquer momento.
Se você receber dano, você pode atracar na nave-mãe para reabastecer seus escudos, e também é possível ir para qualquer planeta livre, uma vez a bordo, reduzindo drasticamente o tempo que leva para se mover pelo mapa. 

Você não está totalmente sozinho em sua luta; um satélite de defesa orbita Corneria e é capaz de derrotar inimigos menores, mas pode ser sequestrado pelas forças de Andross e usado contra você, então, periodicamente ele deve ser liberado. Em suma, há muita coisa para acompanhar ao mesmo tempo. E para coroar tudo isso, o tempo continua a correr quando você está em uma missão, o que significa que você está sob pressão para acabar com o inimigo o mais rápido possível, para que um míssil dele não chegue a Corneria.

No início de cada jogo você pode selecionar seu piloto principal e um copiloto. Existem três tipos diferentes de Arwing (veículos utilizados no jogo), cada um com diferentes configurações de blindagem, velocidade e itens especiais. Seu seu copiloto é selecionado aleatoriamente após você ter escolhido seu personagem controlável. Todas as três naves são capazes de se transformar em Walkers (um elemento que mais tarde foi reutilizado com grande efeito no Star Fox Zero no Wii U) e é possível pegar diferentes itens especiais (escudos, itens restauradores e bombas inteligentes) ao longo do caminho. Vale a pena notar que, ao pressionar o botão de disparo, você pode carregar seu blaster, assim como no Star Fox 64 - mas a onda concentrada de poder de fogo deve ser direcionada manualmente e não se pode fixar em alvos próximos.

Seus primeiros passos no Star Fox 2 podem parecer um pouco desconexos, especialmente se você estiver acostumado com a configuração mais estruturada vista no jogo original. Alguns encontros com inimigos duram meros segundos, e se você não planeja com antecedência, pode acabar se virando sem rumo ao redor da órbita de Cornerian, derrubando desesperadamente mísseis e esquadrões inimigos. Entretanto, uma vez que você aprenda a usar a capacidade de distorção da nave-mãe, você pode começar a separar as forças de Andross de uma maneira mais metódica. É uma boa ideia começar com os planetas, pois eles podem ser usados como pontos de distorção, uma vez conquistados. Cada adversário vencido reduz a quantidade de trabalho defensivo que você tem que fazer, e uma vez que você tenha acado com todas as ameaças do jogo, você terá uma caminho mais limpo contra o inimigo principal.
Ao jogar no modo 'Normal', Star Fox 2 é uma tarefa simples. É possível ver os créditos finais em cerca de 45 minutos, mas essa configuração de dificuldade padrão deve ser vista como um modo de treinamento e não como o próprio jogo; o verdadeiro desafio está no modo 'Hard', que não apenas tem mais inimigos, mas também aumenta a precisão deles na batalha. Terminar no "Expert" será uma tarefa desafiante mesmo para os mais experientes. Mesmo quando você consegue zerar o jogo, o apelo de jogar Star Fox 2 novamente perdura, pois a natureza aleatória da experiência significa que cada gameplay é único.

Também deve ser notado que você é ranqueado com uma classificação na conclusão de cada sessão do jogo (mesmo se você perder), e para lhe dar uma ideia de quão severo é o ranqueamento, recebi uma classificação "D" numa partida que, pessoalmente, achei que tinha  jogado muito bem. Trabalhar para aumentar sua classificação faz parte do desafio e eleva a longevidade do jogo.

Apesar da profundidade escondida do jogo, Star Fox 2 parece que, às vezes, sofre de uma ligeira falta de foco. Os caminhos mais apertados e emocionantes do primeiro jogo estão faltando, uma conseqüência inevitável de dar ao jogador mais liberdade. E enquanto há um grau bem-vindo de variedade nos planetas do sistema Lylat (Fortuna tem seções subaquáticas, enquanto Macbeth está coberto de lava derretida que danifica sua nave quando no modo walker).

Em termos de apresentação, Star Fox 2 é difícil de julgar efetivamente, especialmente quando visto em 2018. A segunda revisão do chip Super FX que deveria ficar dentro de cada cartucho oferece mais processamento do que o original, e isso permite efeitos de mapeamento de textura limitados e modelos de polígonos mais detalhados. Mesmo assim, o jogo é executado em uma janela bem pequena e o e a taxa de frames é instável, especialmente quando voam em torno de um dos planetas do sistema Lylat. Isso, naturalmente, teria sido mais tolerado em 1995, e embora seja um pouco feio, deve-se dizer que o jogo ainda controla bem o suficiente. 
A trilha sonora é bem variada, com algumas músicas agitadas, mas não são comparáveis às épicas músicas da trilha sonora de Hajime Hirasawa para o primeiro jogo de 1993, algumas das faixas são realmente desagradáveis de se ouvir.

Analisar um jogo retrô quando você não tem nenhum apego real nostálgico é uma experiência bastante estranha, mas pelo menos significa que você está julgando por seus próprios méritos, ao invés de se deixar contaminado pelo apego nostálgico.

Star Fox 2 tem seu méritos, inclusive, influenciou jogos como Star Fox Zero e Star Fox Command, além do fato de que ele tentou fazer algo muito diferente de seu antecessor, saindo da zona de conforto promovida pelo jogo anterior.

Enquanto o primeiro Star Fox era agradável, mas linear, sua sequência apresenta uma experiência que não depende apenas de suas habilidades de voo, mas também de planejar com antecedência e reagir calmamente sob pressão.

Star Fox 2 é único no mundo dos videogames, um título AAA que tem que ser avaliado sem as lembranças reconfortantes de jogar isto em sua época. Será que o jogo teria feito mais sucesso em 1995 se a Nintendo não tivesse ficado com receio de lançá-lo por causa dos sistemas mais potentes da Sony e da Sega? Não temos certeza se podemos responder categoricamente a essa pergunta, mas o que sabemos é que essa relíquia de 22 anos vale a pena ser jogada.

Apesar do jogo não ter sido lançado oficialmente em cartucho para o SNES, mas apenas para o SNES Mini, isto não impede de jogá-lo em emuladores ou em flashcard (SD2SNES), pois a rom foi extraída do SNES mini, possibilitando a sua execução.


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5 comentários:

  1. Excelente Review. Eu joguei um pouco no SD2SNES e concordo com tudo que você escreveu. Em breve vou me aventurar no SF 1 e depois vou pro SF 2.

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  2. Bons tempos de star fox!!!! star fox 2 ficou bom...mas, na minha opinião o primeirão é o melhor!!!! gostei muito de star fox 2 por causa de sua jogabilidade, novos moldes em termos de locomoção e sua qualidade gráfica!!!! recomendo!!!!valeu

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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